
O chamado “segundo ciclo do carro” tem crescido no setor de aluguel de veículos em Minas Gerais. A prática, que consiste na utilização de automóveis mais rodados, com um custo de investimento menor, ampliou-se nos últimos anos, sobretudo, com a chegada do nicho de locação para motoristas de aplicativos.
Segundo Leonardo Soares, Diretor Executivo do SINDLOC-MG, o aluguel de veículos, tanto na modalidade rent a car, como na terceirização de frota, exige um automóvel mais novo e, por isso mesmo, as locadoras precisam, de tempos em tempos, desmobilizar sua frota para renová-la. “O segundo ciclo do carro é quando as locadoras reaproveitam os veículos para locações em contratos que não exigem automóveis tão novos”, esclarece.
Para Kennedy Versiani, da Versiani Aluguel de Carros, o segundo ciclo foi uma solução para atender aos motoristas de aplicativo. “Para este segmento, não faz diferença o carro ser zero quilômetro ou seminovo. Pelo valor investido ser menor, temos adotado essa estratégia e aproveitamos todas as oportunidades e descontos, comprando como lojista, com 25% a 30% mais barato que a tabela FIPE, avaliando bem os automóveis e, claro, com até 100 mil quilômetros rodados”, detalha Versiani.
Para adotar essa estratégia é preciso contabilizar o custo com manutenção. “Como são carros que demandam mais cuidados, ficou mais rentável ter nossa própria oficina mecânica. Isso reduziu nossos custos e colaborou na saúde financeira da empresa”, explica Kennedy.
A realidade de Bruno Barezani, da Total Locadora de Veículos, é semelhante. Na empresa dele, os carros alugados para motoristas de aplicativos são sempre seminovos. “Dependendo das oportunidades de negócios, ou compramos usados, ou simplesmente utilizamos automóveis da nossa frota que seriam desmobilizados”, explica.
Bruno conta que, no caso da Total Locadora, a estratégia para reduzir as despesas com manutenção é aplicar uma política de frota rigorosa de revisões preventivas. “Assim conseguimos diminuir os gastos com os automóveis mais rodados”, explica.
Tanto para ele quanto para Kennedy, a solução do segundo ciclo do carro é garantia de êxito no negócio. “Faço uma conta que consiste em: custo de investimento menor, clientes menos exigentes – que é perfil dos motoristas de aplicativo, e oficina própria, com custo menor de manutenção. Isso é rentabilidade garantida”, comemora Kennedy.
Segundo Leonardo Soares, o aluguel do segundo ciclo demanda muito cuidado, experiência em precificação e atenção rigorosa na manutenção. “É uma forma de locação que, para muitos empresários, é rentável, mas é preciso ter, sobretudo, planejamento”, alerta o Diretor Executivo do SINDLOC-MG.
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