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Educar crianças para um futuro mais seguro

Atualizado: 1 de abr.



Cada vez mais, os acidentes de transporte terrestre (ATT) se mostram como um problema global, que não escolhe idade, gênero ou classe social. Infelizmente, crianças e adolescentes em idade escolar (na faixa entre 5 a 14 anos) estão entre os grupos mais vulneráveis a esses acidentes. Embora a taxa de mortalidade proporcional por ATT tenha apresentado uma tendência de redução, os acidentes continuam sendo a primeira causa de morte de crianças e adolescentes nessa faixa etária. No Brasil, os atropelamentos são a principal situação determinante dos óbitos de crianças e adolescentes nos ATT, na condição de pedestre ou ciclista. Diante deste cenário, é necessário refletir sobre a importância da educação para o trânsito como uma medida efetiva na redução dos índices de mortalidade.


As crianças agem de maneira imprevisível, o que pode aumentar o risco de acidentes no trânsito. No entanto, isso não significa que elas devam ser penalizadas ou responsabilizadas por garantir a sua própria segurança. Para a Organization for Economic Co-operation and Development (OECD), a percepção que pedestres e ciclistas, em especial as crianças, têm da sua própria segurança é melhorada através da educação. Portanto, é fundamental ensinar as crianças a se movimentar com segurança e desenvolver habilidades para um deslocamento mais seguro.


A educação básica bem-sucedida suscita o desejo de continuar a aprender. Estudos da UNESCO demonstram que existe uma associação entre o nível de escolaridade dos indivíduos e sua participação em novas atividades educativas e culturais. Portanto, iniciar precocemente a preparação dos indivíduos para o enfrentamento dos riscos de um sistema inseguro – o trânsito – traz, potencialmente, benefícios imediatos e acumulados ao longo da vida.


Embora a legislação de trânsito brasileira esteja em consonância com as recomendações fundamentadas ideologicamente pela UNESCO e legalmente pelo Código de Trânsito Brasileiro e Ministério da Educação, que determinam que a educação para o trânsito deve ser um direito do cidadão e realizada em todos os níveis formais de ensino, a sua implementação encontra limitações significativas dificultando o alcance dos objetivos esperados.


É fundamental o investimento em medidas educativas que ensinem as crianças a se movimentarem de forma segura no trânsito. A educação para o trânsito deve ser uma prioridade nas escolas e deve ser integrada de forma transversal a todas as disciplinas. Através da educação, é possível mudar a percepção que as crianças têm do trânsito e ensiná-las a agir de forma mais segura, evitando acidentes.


Sabemos das limitações governamentais, mas a reflexão que faço é: se a educação para o trânsito é uma medida tão efetiva para a redução dos índices de mortalidade por ATT, especialmente entre crianças e adolescentes, as empresas podem desempenhar um papel importante na educação para o trânsito nas escolas, seja por meio de parcerias com o governo ou de iniciativas próprias. Algumas maneiras de contribuir são:


· Patrocinar programas educativos. As empresas podem fornecer recursos financeiros para programas educativos de trânsito nas escolas, como a produção de materiais didáticos, capacitação de professores e realização de atividades práticas.


· Disponibilizar profissionais capacitados. Algumas empresas possuem profissionais capacitados em segurança no trânsito que podem ser disponibilizadas para realizar palestras e workshops nas escolas.


· Oferecer recursos tecnológicos. Oferecer aplicativos e jogos educativos para serem utilizados em sala de aula, que ajudam a ensinar sobre segurança no trânsito de forma lúdica e interativa.


· Apoiar campanhas de conscientização. As empresas podem apoiar campanhas de conscientização sobre segurança no trânsito, divulgando materiais educativos em suas redes sociais e incentivando seus colaboradores a participarem de atividades em prol da segurança no trânsito.


· Investir em infraestrutura. Empresas que possuem frotas de veículos podem investir em tecnologias de segurança, como sistemas de freio automático e alertas de colisão, além de fornecer treinamento para seus motoristas.


A contribuição das empresas com a educação para o trânsito nas escolas pode ser feita de diversas maneiras, desde a disponibilização de recursos financeiros e humanos até a criação de programas e tecnologias educativas. A educação para o trânsito é essencial para a formação de cidadãos conscientes e responsáveis no trânsito, e a colaboração de empresas pode ser um importante catalisador nesse processo.


Roberta Torres – Especialista em Segurança no Trânsito

@robertatorresoficial

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